Justo a mim

"Disciplina é liberdade"... Toda semana um texto novo... promessa!

quinta-feira, outubro 21, 2004

Estoy aqui

Hoje voltei ao consultório do psiquiatra e perguntei da Luana. A secretária me disse que eu fui a terceira a perguntar da menina. Não fui a única que ficou tocada com o caso.
Bom, o máximo que fiz foi descobrir o nome inteiro dela. Talvez crie coragem de procurar pela família... Queria marcar consulta no mesmo dia que ela, pra dar um ar de casualidade ao negócio mas... ela não marcou retorno.
A Luana foi a única criança que me fez rever meu propósito de me dedicar aos velhinhos em um trabalho voluntário.
Falando nisso, trabalhar em um asilo é uma das dívidas que tenho comigo mesma e fico sempre adiando... Eu sempre me senti fortemente ligada aos velhinhos e, depois que minha vó ficou um tempo num lugar desses, percebi como os velhinhos precisam muito de conversa e, como nós podemos aprender com eles, mesmo quando já estão meio piradinhos.Velhinhos nos ensinam a ver a vida de outro jeito, sob outro ângulo.
Oferecem pra gente a paz que a juventude faz questão de ignorar. Cabe a nós, lógico, aceitar ou não. Os velhinhos têm muito mais do que problemas ou lamentações pra dar pra gente, mas... nem sempre encontram em nós a paciência que decodificam como porta aberta para engatar uma boa conversa.
Aliás, fica aqui o meu protesto à praticidade pós moderna e estúpida da propaganda de uma companhia de seguros (Porto ou Sul América) que pergunta:
Você quer ser um avô ou um peso?
Nossa, que coisa grosseira e estúpida. Quem escreveu isso já é um peso hoje mesmo tendo pouca massa encefálica, sinceramente. A relação entre os mais velhos e a família, perdoem-me os que odeiam meus polianismos, deveria ser de gratidão no fim da vida. Acontece que nem sempre a gente pode demonstrar toda a gratidão que temos (ou deveríamos ter) por eles. Não deveria ser de peso e arremessador de peso.
Eu não falo mal de quem precisa colocar um pai, mãe ou avô enfim, alguém mais velho num asilo. Isso não é sinômimo de ingratidão. Há velhinhos muito mais abandonados dentro de seus próprios 'lares'. Claro, ingratidão, desprezo demonstram aqueles que deixam seus entes num asilo e nunca mais visitam. Vi vários velhinhos lamentando as saudades de seus filhos nos asilos que visitei.
A vida moderna faz a gente priorizar as coisas e algumas acabam ficando pra depois, depois, depois. Engraçado, a crueldade do tempo tem a mesma atitude procrastinadora com a gente, né?

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Náia !

Concordo em tudo que disse...Também tenho uma ligação muito forte com velhinhos e crianças...Sempre tive vontade de fazer um trabalho voluntário, mas sempre vou adiando, adiando e quando vemos já passou muito tempo...As vezes precisa acontecer algo muito próximo pra tomarmos "atitude" palavra essa difícil das pessoas entenderem, não acha ?

Eu me sinto muito assim, sabia ? Sei que tenho que fazer algo pra mudar, tenho consciência disso, mas falta "atitude"...

Como dizem, nunca é tarde pra começar, o importante é ter atitude, não sabemos o dia de amanhã, porque então adiar mais um dia, não é mesmo ??? Adorei as palavras de hoje.

Bj
Patricia

4:49 PM  
Anonymous Anônimo said...

Gostei do blog e de suas palavras, principalmente a história das maçãs do post sobre fim de semana... Quanto aos velhinhos e trabalho voluntário, sei que preciso abraçar uma causa, mas como é difícil quebrar a rotina e velhos hábitos...
Beijos
Phrue

5:53 PM  

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