Justo a mim

"Disciplina é liberdade"... Toda semana um texto novo... promessa!

domingo, novembro 21, 2004

Domingo no Parque

Passei o dia com as crianças hoje. Que divertido! Fomos ao Ibirapuera: eu, meu pai, a mulher dele, meus irmãos caçulas e a Sammy.
Há quantos anos eu não ia ao parque com meu pai! Pelo menos uns 15 eu posso afirmar com certeza. Onde foram parar nossos domingos? Agora me ocorre esta questão...
Primeiro, brincamos no parquinho. Quer dizer... a Ju brincou, porque a Sammy.... tadinha, hehhe, ficou só olhando. Há quantos anos eu não via uma criança com a mão na areia... Ah, sim, provavelmente desde a época em que a areia não oferecia tantos riscos. Faz tempo.
Depois, almoçamos e fomos sentar à beira do lago. Meu Deus!!!! Há quantos séculos eu não sentava na beira de um lago????? Já tinha me esquecido que é possível levar um lençol e sentar-se sobre ele. Já não me lembrava mais como é gostoso se espreguiçar nestas condições... Graças a Deus, as meninas não tiveram tempo de esquecer isso ainda. Mas, o meu boizinho querido quer mesmo deixar estes momentos pra trás. Ele ficou andando de bicicleta, mas se divertiu muito também!
Ah, sim... fomos à exposição do Museu afro brasileiro que fica lá no Ibira. Sobre ela, que devo visitar ainda outra vez, eu escrevo com mais vagar numa próxima vez, mas hoje, só posso deixar registrado aqui, como foi inacreditavelmente reconfortante ver aquelas dezenas de fotos de negros tiradas há mais de 100 anos. Nunca, nunca, nunca mesmo me senti tão em casa numa exposição... Foi lindo.
Boa semana a todos nós!

sábado, novembro 20, 2004

Dentes brancos e hálito puro

Ontem eu realizei um dos meus mais antigos sonhos de infância: comprei uma escova dental elétrica. Poucas vezes fui tão feliz dentro de uma farmácia... apesar de sempre ficar no mínimo um pouco feliz quando entro em farmácias - nada comparável ao que sinto quando entro em uma perfumaria, porém. Mas ontem... eu desci do carro com o objetivo de comprar um remédio para alergia e fio dental.
De posse do remédio, fui, então, à prateleira dos artigos bucais, dentais, sei lá como se diz. Não é qualquer fio dental que me satisfaria, tanto o meu fio de casa como o do trabalho acabaram e meus dentes merecem o melhor... desde que não custe muito caro. E foi com este pensamento em mente, que segurei, com uma pontinha de compulsão, uma escova de dentes da Crest, que já vem com as pilhas!!!! O preço? 41 reais. Não bastava eu estar frente a frente com uma escova elétrica que custava menos do que eu ganho, mas, além disso, havia na embalagem um insuportável convite: Try me...
Quando eu apertei aquele botãozinho e a escova começou a girar, eu quis escovar os dentes ali mesmo, na frente de todos, mas, para sorte de todos, a embalagem estava fechada. E a escova custava 41 reais. Pensei se comprava ou não... Elaborei rápidos pensamentos sobre como a tecnologia avançou pois, antigamente, não me lembro de ter visto escovas assim, tão baratas. Sim, pelo que me lembro, elas sempre vinham numa caixa de papelão, com o suporte para parede e várias cabecinhas para cada um da família.
Ao me lembrar disso, surgiu com a crueldade de quem tira um doce da boca de uma criança (no meu caso, a escova de dentes) a seguinte frase: CABEÇA NÃO REMOVÍVEL. Eu me indignei! fiquei pensando: quem tem 41 reais pra gastar a cada três meses? Ainda mais eu, que compro escovas quase no atacado porque as minhas sempre estragam antes dos ditos três meses. Já totalmente desiludida, vi uma escova do homem aranha, escondidinha atrás . Imaginei que, talvez por ser de criança tivesse menos utilidades (!!!!!) e custasse mais barato. Ha, ha, ledo engano: 46 reais era o preço do artigo. Dei de ombros... não gosto mesmo do homem aranha.
Mas... senti o calor do Sol quando me abaixei para pegar o fio dental antitártaro. Parecia ter visto outra escova. Sim!!! Era outra e, quando olhei bem... o Sol, com todo seu esplendor, brilhou em minha vida : uma escova elétrica da Colgate por apenas... 24 reais.

Não pude resistir... na verdade nem tentei... principalmente quando vi cabeças para refil. Ah... era tentação demais pra mim: mais barata e com cabeça removível. Comprei.
Cheguei em casa, tomei banho, coloquei meu roupão e sorri. Que maravilha foi escovar os dentes ontem à noite, teve o gosto de estar polindo um sonho. E eu garanto que o gosto é bom.

segunda-feira, novembro 15, 2004

Delusion

Faz tempo já que eu não escrevo né?
Muito trabalho nos últimos dias e muitas decisões importantes também. Dentre elas, viajar pra Minas acabou perdendo lugar.
Hoje tô meio nhéeee... sabe? Talvez seja a época do mês... talvez... only women bleed, já disse um fulano com nome de mulher.
Há dias estou com um certo dilema pra resolver, e não encontro meios de chegar a uma conclusão. Quer dizer, eu estou vivendo um momento super legal da minha vida. Mas... é como se eu estivesse assistindo a uma peça de teatro ao mesmo tempo em que faço força pra enxergar os bastidores , sabe? A impressão que me dá sempre, é de que tem alguma coisa errada nos bastidores, mas, minha vista não alcança, então, todo movimento me parece suspeito... sempre.
Daí, o que acontece? Dá vontade de largar o espetáculo antes do fim, com medo de que realmente alguma coisa ruim esteja acontecendo nos bastidores e , de repente, o teatro pegue fogo, ou alguém dê um tiro a esmo... Então, eu decido que vou cair fora. Levanto da cadeira... e algum personagem começa a declamar algum texto que me agrada... eu volto e decido me dar mais uma chance de ver a peça... Sento-me de novo e... poucos segundos são o suficiente pra eu achar que temalgo errado de novo nos bastidores...
Na verdade, eu tô assistindo a um monólogo. digo monólogo porque só tem um ator em cena, e todos os papéis ele faz: às vezes prícipe encantado, às vezes madrasta, às vezes caçador outras vezes a presa...
Nos bastidores ... estão uns vultos que eu não conheço... hoje, depois de ter assistido a "Os esquecidos" chego a duvidar que aqueles vultos estejam mesmo lá.

Meio complicado, eu sei, mas... quem já esteve num dilema talvez entenda a metáfora do teatro, de sair bem na hora em que a peça muda de tom...
Strange...
Mas, tudo isso deve ser por causa da minha cólica. ''E isso, a cólica me faz delirar.

sexta-feira, novembro 05, 2004

Idéias Cruzadas

Abaixo vocês lerão o editorial da edição deste mês da revista que eu edito. Achei que ficou legal! Bom, espero comentários desta vez! (já que os leitores da revista nunca se manifestam mesmo...)

O mundo assistiu com um misto de estupefação e resignação à vitória do George W. Bush nas eleições presidenciais norte americanas. E, de fato pouco mais há que se dizer além do que bem expressou um importante jornal francês no dia seguinte à divulgação dos resultados : " Oui, c’est possible" (sim, é possível).
Achávamos que Bin Laden tinha ido além de tudo o que pensávamos ter sido construído pós-guerra fria, mas…ainda é possível ir além e, no caso em questão, 59,1 milhões de votos foram responsáveis pela surpresa. Agora não é apenas "um presidente que pode ter ganho eleição por fraude", Bush é simplesmente o presidente mais votado de toda a história dos Estados Unidos. É desconcertante pensar que a maior potência do mundo é presidida por um homem com discurso de um nacionalismo perigoso que evoca o que os americanos têm de mais conservador, fundamentalista e, porque não dizer, até mesmo teocrata. Bush se auto proclama cumpridor das vontades de divinas, ouve vozes e confunde Deus com governo. Este cavaleiro daquilo que ele mesmo chama de "cruzada contra o terror", talvez esteja cumprindo um outro papel já há muito descrito na Bíblia. Usando a própria metáfora do político, cavaleiro ele pode até ser, mas talvez ficasse bem melhor montado num dos cavalos do Apocalipse.